03 abril 2009

Ameaça virtual não se concretiza, mas continua ativa...


SÃO FRANCISCO - A temida data em que a nova versão do vírus Conficker começaria a ativar-se em milhões de computadores chegou por fim e passou sem que se registrassem danos, mas os especialistas recomendam que não se baixe a guarda nos próximos dias.

A última geração da ameaça, conhecida como "Conficker.C", "Downandup" ou "Kido", que conseguiu infectar milhões de máquinas pelo mundo, estava programada para conectar no dia 1º de abril estes computadores com os servidores dos criadores do vírus.

Os especialistas em segurança explicaram que o Conficker acionou este mecanismo, mas não foi registrada uma atividade maior por parte do vírus nem se produziram grandes delitos informáticos.

A discrição dos criminosos não surpreendeu, uma vez que a data era conhecida e que empresas, governos e usuários reforçaram a segurança de seus sistemas. Até mesmo o Federal Bureau of Investigation (FBI) dos EUA lançou na quarta-feira uma advertência sobre o vírus e assegurou estar trabalhando "com o governo, as agências de inteligência e o setor privado para mitigar a ameaça".

- Todos que lutam contra o vírus estão hoje em alerta máximo - disse Joris Evers, analista da firma de antivírus McAfee, à imprensa norte-americana, para explicar porque os responsáveis pelo vírus poderiam esperar um outro momento para atuar.

Os analistas não têm muita certeza quanto ao que poderá ocorrer nos próximos dias e por isso pedem que todos mantenham a atenção.

- Pode ser amanhã, na próxima semana ou mês que vem - alerta Roger Thompson, investigador da AVG, que afirmou que nunca pensou que o vírus fosse agir no dia 1º de abril.

O Conficker tem a capacidade de criar o que se conhece como redes de "zumbis" ou "escravos", computadores conectados a servidores remotos sem o conhecimento dos seus donos e nos quais os hackers podem operar. Uma vez que controlem um computador eles podem, por exemplo, atacar redes corporativas ou governamentais, roubar identidades ou enviar grandes quantidades de spam, entre outros delitos.

Apesar da atenção internacional gerada nesta quarta-feira pelo vírus, esta não é a primeira vez que o Conficker foi programado para mudar sua forma de operação. No último dia 1º de janeiro, por exemplo, os especialistas esperavam algo similar, mas o dia passou sem grandes alterações.

O Conficker, um dos cavalos-de-troia mais danosos da história, confunde a cabeça dos especialistas desde outubro do ano passado, sem que seus criadores tenham sido descobertos.

A Microsoft, cujo sistema operacional Windows é até o momento o único vulnerável ao vírus, ofereceu em fevereiro uma recompensa de US$ 250 mil para quem der informações sobre os criadores. Especialistas da Symantec, que fabrica o antivírus Norton, acreditam que a luta contra o Conficker se tornará ainda mais difícil no futuro.

"O vírus começará a tomar mais medidas para se proteger. Acreditamos que usará um sistema de comunicação mais difícil de ser interrompido", apontam.

Fonte: O GLOBO TECNOLOGIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário