02 julho 2009

1 milhão de brasileiros têm superbanda larga em casa.


O número de usuários de banda larga residencial no Brasil tem crescido rapidamente, sobretudo nos últimos seis meses. Praticamente 90% dos 25,6 milhões de usuários mensais de internet em domicílios navegam com algum tipo de conexão que pode ser considerada como banda larga, segundo a classificação da Anatel. Mas qual a velocidade dessas conexões?

Quase 1 milhão de pessoas têm superbanda larga residencial no Brasil. Ou seja, de 40,2 milhões de pessoas que moram em residências em que há conexão à internet, 938 mil pessoas dispõem em casa de conexão com velocidade superior a 8 MB. A penetração desse tipo de banda larga, portanto, é de 2% sobre a base com acesso domiciliar.

Dos 25,6 milhões de usuários ativos da web residencial do mês de maio, ou seja, as pessoas que têm internet em casa e que efetivamente fizeram uso dela no mês, 603 mil navegaram com conexão superior a 8 mega. Mais da metade (55%) dos internautas ativos navega com conexões de até 512 Kb e 43% têm de 512 Kb a 8 MB, sobrando o nicho de 2% de participação para os que têm acima de 8 MB.

E que tipo de conteúdos e serviços mais atraíram os possuidores de velocidades mais poderosas? O que a navegação deles difere da navegação dos demais internautas?

Primeira informação: eles navegam muito mais. Assim: enquanto quem tem conexões até 128 MB somou em média um tempo mensal de 22 horas e 52 minutos, quem tem mais de 8 MB ficou conectado por 26 horas e 26 minutos. A média de todos os internautas de navegação em páginas foi de 25 horas e 43 minutos, em maio.

Tempo na rede

Apesar de o Brasil figurar como primeiro em tempo médio quando se consideram todos os internautas residenciais, nas conexões mais velozes o Reino Unido (com 29 horas) e a França (com 28 horas) são os que se destacam. A explicação é muito fácil: redes sociais.

No Brasil há um uso muito mais intenso de sites de comunidades do que na Europa. Esses sites de redes sociais são os que levam os internautas a ficar mais tempo conectados, aumentando o tempo médio de navegação total em qualquer lugar do mundo. Isso é decisivo para que o brasileiro apresente sempre um tempo tão elevado de conexão.

Mas quando separamos o uso de sites de redes sociais por velocidade de conexão, encontramos o uso intenso concentrado nas conexões menos velozes. O brasileiro fica em média 3 horas e 22 minutos por mês em sites da categoria Comunidades. Mas o brasileiro que tem conexão maior que 8 MB fica na categoria apenas 2 horas e 45 minutos.

Lá fora é diferente: por exemplo, um britânico fica em média 4 horas e 53 minutos mensais no Facebook. O britânico que tem mais de 8 MB ficou em maio 5 horas e 36 minutos no site. Na França, a média do Facebook é de 2 horas e 13 minutos e entre quem tem mais de 8 mega é de 2 horas e 23 minutos. Nem é preciso dizer que esse conjunto de dados enterra de vez a idéia equivocada, segundo a qual, a liderança do brasileiro em tempo de navegação seria explicada pela qualidade da banda larga.

A sabedoria convencional também prega que o cara que tem mais de 8 MB passa a maior parte do tempo fazendo download, jogando online ou assistindo a vídeos de maneira compulsiva. Engana-se. Em todo o mundo, o público que tem renda para bancar conexões melhores também tem interesses na internet que não são necessariamente os da maioria. E apesar de ele, no cálculo do tempo total, consumir entretenimento mais que a média, sobretudo mesmo em sites de games e de vídeo, é interessante observar como é grande também o uso de sites que não exigem muita capacidade de banda.

Proporcionalmente, há maior número de usuários de 8 MB em sites de educação, de automóveis, de casa e moda, e de informações de finanças e de tecnologia. Em tempo total, também se destacam sites de download, de esportes e de buscas.

E isso ocorre porque o usuário dessas conexões velozes em geral tem uma média de idade superior à média: 43% dos internautas com banda larga acima de 8 MB têm mais de 35 anos de idade, enquanto a média da internet residencial é de 38%. E são pessoas que, por ter mais renda, têm outras fontes de entretenimento, com abundância de conteúdo.

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